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Contos de Fadas com a GiGi

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Era uma vez, em um povoado situado lá em cima de tudo, vivia um duende malvado que gostava de inventar coisas estranhas. Uma vez ele criou um espelho enfeitiçado, que refletia o bonito como feio, e o bom como mau. Infelizmente, ele deixou o espelho cair no chão, lá embaixo de tudo, e ele quebrou em muitos pedaços.

Perto desse lugar que o espelho caiu, viviam dois grandes amigos - Kay e Gerda. Essas duas crianças eram vizinhos e eles brincavam o dia inteiro, até que seus pais os chamavam para jantar.

Em um dia de inverno, enquanto brincavam com bolas de neve, um pedacinho de espelho quebrado machucou o olho de Kay e outro pedaço o machucou perto do coração.

Esse acontecimento mudou muito o Kay, e ele não quis mais brincar com Gerda. As poucas vezes que eles sem querer se encontravam, o Kay fingia que eles nunca tinham sido amigos. A atitude dele era muito estranha e Gerda não conseguia entender por que o Kay estava agindo assim. Mas ela acreditava que um dia, ele voltaria a ser como era antes.

Um dia Kay e seus amigos foram passear de trenó. Os trenós pararam uns atrás dos outros e os meninos pulavam em cima deles, até que chegou a vez do Kay subir em um. O trenó que parou na frente dele era muito maior do que os dos outros.

O motorista pediu para que ele subisse no trenó. Assim que Kay pulou e subiu no trenó, ele percebeu que o motorista tinha se transformado em uma mulher. Antes mesmo que ele pudesse gritar por socorro, a motorista fez com que seus cavalos saíssem correndo rapidamente, levando o trenó.

A motorista era linda, mas com uma aparência fria - seu vestido era branco e longo e ela usava uma coroa feita de gelo, que não derretia. Apesar da aparência jovem, seus cabelos eram brancos, que caiam sobre seus ombros como água congelada.

“Quem e você?” perguntou Kay para a mulher desconhecida. “Ah, eu sou a Rainha da Neve! Que bom conhecer você, Kay!” disse ela enquanto puxava as rédeas dos cavalos com tal força, que se poderia pensar que ela não era um ser humano. Os cavalos e o trenó foram subindo, subindo até chegarem em outra terra, lá em cima. Acima das núvens.

Os amigos do Kay ficaram preocupados quando perceberam que ele não estava mais com eles. Então foram direto para a casa dos pais de Kay para ver se ele tinha voltado para casa, mas os pais disseram que a última vez que o viram tinha sido de manhã. Os pais de Kay sabiam que Gerda era muito amiga dele, então eles foram até a casa dela.

Gerda não sabia de nada, mas quando contaram que Kay estava sumido, ela decidiu procurar por ele no rio onde eles costumavam brincar. Ela chegou até o rio, subiu em seu barco e foi à procura do amigo.

Ela gritou o nome de Kay para todas as direções, mas somente os pardais responderam. Gerda estava quase perdendo as esperanças até que passou por um pomar de cerejas. O pomar ficava ao lado de uma casinha com uma estranha janela vermelha e azul. Uma velha senhora saiu e perguntou a Gerda quem era esse tal de Kay. Ela disse para a senhora a história deles e que ela estava gritando o nome dele para tentar achá-lo.

A velha senhora a convidou para entrar no seu lindo jardim, onde cresciam flores de todos os tipos. “Que jardim mais lindo a senhora tem!” Gerda exclamou. “Essas são as flores mais lindas e cheirosas que já vi na vida!” “minhas flores não só são lindas. Cada uma delas pode contar uma história. Por que você não pergunta a elas sobre seu amigo que sumiu?” disse a senhora. Então Gerda perguntou a cada uma das flores sobre o Kay, e cada uma contou as suas próprias histórias, porém nenhuma disse nada sobre ele. Gerda foi para casa triste.

Sentindo-se sem esperanças, Gerda sentou-se embaixo de uma árvore e começou a chorar. Ela ficou lá chorando até que um corvo pousou em um galho ao lado dela. O corvo perguntou por que ela estava chorando, e Gerda contou-lhe a história. “Então, você o viu por aí?” perguntou ela quando terminou. “Se vi quem?” Perguntou o corvo. “Kay!” disse Gerda, sem paciência.’’

“Ah, sim, acho que posso ter visto um menino que se parece com ele aqui no palácio. Foi há alguns meses atrás, quando a princesa decidiu se casar. Muitos candidatos vieram no palácio, mas nenhum conseguiu ganhar o coração da princesa. Porém, no terceiro dia, um menino com cabelos longos e botas novas e barulhentas entrou no palácio. Ele não ficou louco para possuir toda a prata e outro que tem no palácio, como os outros tinham ficado. Este era muito esperto nas suas respostas para a princesa e então ela gostou dele e casaram-se. Eles vivem felizes agora no palácio.”

“Sim, deve ser o Kay! Ele estava usando suas botas novas quando foi para o passeio de trenó. E ele é tão esperto, que poderia mesmo impressionar a princesa… Leve-me até o palácio, eu quero ter certeza que é ele!” Então Gerda e o covo foram para o palácio.

Quando eles entraram no quarto onde a princesa e o príncipe estavam dormindo, Gerda aproximou-se da cama. O príncipe que estava lá dormindo tinha o mesmo cabelo de Kay. Ele virou-se na cama e seu rosto ficou de frente para Gerda.

Ela respirou aliviada pois não era Kay, mas sim um outro rapaz. Mesmo ela estando muito feliz por Kay não ter se casado com outra, Gerda saiu do palácio triste por ainda não ter encontrado seu amigo.

Gerda estava pensativa andando pela floresta em busca de Kay. De repente viu uma menina ladra e sua rena. Eles pensaram que ela estava perdida mas depois Gerda contou a história. “Eu vi seu amigo!” disse a rena. “Ele foi levado pela Rainha da Neve. Eu os vi voando no trenó e acredito que estavam indo para a Lapônia, que é sempre muito frio...eu posso levar você lá se quiser.” Gerda estava feliz com a notícia e agradeceu a rena pela ajuda que ofereceu. Naquela noite eles ficaram com o pessoal conhecido da menina ladra, que deram comida e cama para Gerda dormir. Mas ela estava ansiosa e não conseguiu descansar.

Na manhã seguinte quando ainda estava escuro, a menina ladra ajudou Gerda a sentar-se em cima da rena e foram para Lapônia. Elas viajaram o dia inteiro e no caminho viram uma casa no meio da floresta. Decidiram pedir para dormir lá aquela noite. Antes mesmo que elas batessem na porta, ela se abriu.

Lá dentro era tão quente, que a dona da casa estava quase nua. Ela ajudou Gerda a tirar o casaco, e aprontou a mesa para que todos pudessem comer. Enquanto jantavam, Gerda contou o motivo pelo qual estavam em viagem e perguntou à dona da casa se ela sabia alguma coisa sobre Kay. “Sim, minha querida. Seu amigo está longe daqui, no palácio da Rainha da Neve, do jeito que sua amiga rena contou. Mas vocês devem dormir agora, descansem bastante e continuem a viagem amanhã.”

Gerda estava tão cansada por não ter conseguido dormir na noite anterior que deitou e dormiu um sono pesado. Quando viu que estava dormindo, a dona da casa, que também era mágica, disse à rena: “Tem um probleminha. Graças aos pedaços de espelhos nos olhos e coração do Kay, ele acredita que o palácio da Rainha da Neve é o melhor lugar para ele.” “Mas como ela poderá lutar com a Rainha da Neve? Você poderia fazer alguma arma para ela? Ou uma poção para que ela fique super forte?” perguntou a rena.

“Eu não posso dar mais poder do que ela já possui. Você não vê que ela tem muito poder? Tanto que os humanos e animais, todos a ajudaram. Seu poder está no coração, mas ela não pode saber disso. Vocês irão embora amanhã e você levará Gerda somente até perto do castelo. Deixe-a no grande arbusto com frutas vermelhas. Daí em diante, ela deve continuar sozinha.

No dia seguinte, a dona da casa colocou Gerda em cima da rena, que correu o mais rápido que pôde. Eles finalmente chegaram até o grande arbusto, e a rena disse que ela deveria continuar sozinha. A rena beijou a testa de Gerda e desejou boa sorte. Ela saiu correndo descalça na neve até chegar no castelo.

As paredes do castelo eram feitas de neve e os vidros eram de gelo. Por entre eles passavam luzes que vinham do norte. Ninguém além da Rainha da Neve e Kay viviam no castelo.

Gerda entrou em uma grande sala e finalmente encontrou Kay! Mas ele não era o mesmo Kay que ela conhecia. Seu corpo estava quase todo azul por conta do frio e seus olhos pareciam vazios quando a viu, como se ele não tivesse reconhecido ela. A Rainha da Neve removeu todos os sentimentos dele, incluindo a sensação de frio. Ele estava brincando com uns pedaços pontudos de gelo - organizando e re- organizando - como se estivesse tentando escrever alguma coisa com eles.

Essa visão assustou tanto Gerda, que ela o abraçou e chorou baixinho. Uma das lágrimas dela caiu no ombro dele, e escorreu direto para o coração. A lágrima imediatamente derreteu a cobertura de gelo em volta. Outra lágrima caiu no rosto dele e foi direto para seu olho, e ele passou a enxergar novamente. Kay olhou em volta “Como é frio aqui!” disse ele “E vazio!” completou. Só depois que ele viu sua amiga, que há tanto tempo havia perdido, e começou a chorar. Uma das lágrimas dele caiu nos pedaços de gelo, que de repente, escreveram a palavra ETERNIDADE. Isso foi obra da Rainha do Gelo. Ela prometeu que iria libertá-lo se ele conseguisse formar essa palavra, porém antes ele estava cego e não conseguia.

Agora que sua pequena e valente amiga o libertou, eles saíram do palácio. No caminho de volta, Kay e Gerda foram até a dona da casa para agradecer pela comida e cama. Também agradeceram a menina ladra e a rena. Depois eles foram ver a princesa e o príncipe para dizer a eles como tudo terminou. Por último, mas não menos importante, eles pararam no jardim das flores falantes para agradecer a velha senhora. Todos ficaram muito felizes e se despediram com os olhos molhados de emoção. Finalmente os dois chegaram em casa e viveram felizes para sempre.